A espasticidade é um distúrbio freqüente nas lesões congênitas ou adquiridas do Sistema Nervoso Central (SNC) afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Pode ser causa de incapacidade por si só, afetando o sistema músculo esquelético e limitando a função motora normal. Inicialmente dificulta o posicionamento confortável do indivíduo, prejudica as tarefas de vida diária como alimentação, locomoção, transferência e os cuidados de higiene. Quando não tratada causa contraturas, rigidez, luxações, dor e deformidades.
A definição mais aceita da espasticidade é que se trata de uma desordem motora caracterizada pela hiperexcitabilidade do reflexo de estiramento com exacerbação dos reflexos profundos e aumento do tônus muscular.
A espasticidade surge em situações clínicas tais como: acidente vascular cerebral, paralisia cerebral, lesões medulares, neoplasias, trauma crânio-encefálico, doenças heredo-degenerativas e desmielinizantes entre outras alterações do neurônio motor superior.
Na avaliação objetiva da espasticidade podemos utilizar indicadores quantitativos e qualitativos para identificar os padrões clínicos de disfunção. Os testes visam tanto a mensuração da espasticidade em si (tônus muscular), quanto a sua repercussão funcional.
- Escala Modificada de Ashworth: é a escala mais amplamente utilizada na avaliação da espasticidade forma rápida nas diversas articulações.
- Goniometria: mensurada pela medida do arco de movimento articular.
- Marcha: nos pacientes deambuladores pode ser avaliada desde uma observação clínica até as formas mais detalhadas como o laboratório de marcha. Outro instrumento utilizado no laboratório de marcha é a eletromiografia dinâmica.
- Testes de avaliação das habilidades do membro superior e da dinamometria da preensão.
- Medida da independência funcional (MIF): para demonstrar as alterações das habilidades nas atividades de vida diária.
- Índice de Barthel, também é um método quantitativo de avaliação do grau de independência nas atividades de vida diária.
- Escala Visual de Analogia de Dor. Nos pacientes em que a espasticidade produz dor é uma medida válida para quantificá-la.
- Avaliação quantitativa da Força Muscular: pode-se utilizar o teste de força muscular ou miometria com dinamômetros manuais.
Espasticidade: Princípios de tratamento
Há evidencias que autorizem citar quatro princípios que devem ser levados em consideração no tratamento da espasticidade.
Há evidencias que autorizem citar quatro princípios que devem ser levados em consideração no tratamento da espasticidade.
- Não existe um tratamento de cura definitiva da lesão
- O tratamento é multifatorial visando diminuição da incapacidade
- O tratamento deve estar inserido dentro de um programa de reabilitação
- O tempo de tratamento deve ser baseado na evolução funcional